“Há boa chance de um investimento nos EUA dar retorno” | Tribuna do Norte

“Há boa chance de um investimento nos EUA dar retorno” | Tribuna do Norte

Entrevista–Marcelo Godke Veiga

Advogado especialista em Direito Empresarial

 

A valorização do dólar frente ao real não deve ser impedimento para quem sonha em empreender nos Estados Unidos, diz o advogado Marcelo Godke Veiga, sócio da Godke Silva Rocha Advogados, especializada em Direito Empresarial. Ele irá mostrar amanhã (14) em Natal desafios e oportunidades para o investimento e internacionalização de empresas no mercado americano, em meio a conjuntura econômica nacional. A palestra tem início previsto às 19h, na Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal); O evento é aberto ao público, as inscrições; são gratuitas e podem ser feitas pelo seguinte e-mail: larissa.bertolazo@godkesilva.com.br

Marcelo Veiga – Advogado especialista em Direito Empresarial, Domenico D’Addio, Co-Fundador e CEO da Gelato Go falará, na ocasião, sobre suas experiências em internacionalização de empresas. Já Patrick Findaro, diretor comercial do Visa Franchise, se junta a Marcelo Godke e Eduardo da Silva, também sócio do Godke, Silva & Rocha. Eles farão uma exposição sobre aspectos como planejamento patrimonial, quais investimentos justificam os vistos L-1, E-2 e EB-5, e como interessados em administrar uma franquia nos Estados Unidos podem fazê-lo da maneira mais segura e acertada possível. Nesta entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Veiga antecipa um pouco sobre a discussão e afirma que a manutenção de uma empresa no sul da Flórida pode ser até três vezes mais barata que em São Paulo.

Confira: É menos oneroso abrir uma filial fora do que no Brasil?

A parte documental é bem mais simples nos Estados Unidos. Constituição de empresa e obtenção de CNPJ são feitos muito rapidamente e, em poucos, dias, a empresa pode começar a operar, salvo se houver necessidade de obtenção de licenças especiais. Em média abrir uma empresa nos Estados Unidos sai por menos da metade do que se vê por aqui, se a forma adotada for de uma limited liability company (o equivalente à nossa sociedade limitada). Se for uma corporation (sociedade anônima), a diferença é ainda maior. O tempo de constituição de uma sociedade limitada no Brasil é de alguns dias, enquanto na Flórida, faz-se de um dia para o outro. Uma corporation na Flórida também se faz em dois ou três dias, enquanto que, no Brasil, pode demorar várias semanas.

Quais possibilidades de investimentos nos EUA podem ser considerados diferenciais para o investidor brasileiro e por quê?

A abertura ou a aquisição de franquias, por exemplo, pode ser uma boa opção, principalmente aquelas já consagradas e com boas experiências e retornos. Assim, uma franquia que tenha um percentual de êxito acima de 97% (o que é bem comum), pode ser visto como bom investimento.

 Como está o movimento de empresas, inclusive do RN, nesse sentido hoje? E como deve se comportar?

Como a economia brasileira está em momento difícil, há muitos brasileiros investindo nos Estados Unidos, mesmo com o dólar no valor que está. Tenho conversado com muitos empresários que querem e irão investir nos Estados Unidos no horizonte de curto prazo, principalmente aqueles que querem se mudar para os Estados Unidos. Há alguns empresários do RN que também estão interessados em investir lá. Pelo que tenho visto nos últimos meses, a tendência é de crescimento. No encontro, temas como imigrar legalmente e proteção patrimonial em dólar também serão abordados.

Há muito desinformação sobre esses assuntos? O que deve ser observado em cada caso?

Sim, há uma boa quantidade de informação equivocada. Uma coisa que as pessoas raramente se atentam é que a simples compra de imóvel nos Estados Unidos deve ser precedida de planejamento, pois o imposto causa mortis lá é bem elevado (o patamar mínimo é de 40%). Além disso, há vários tipos de veículos de proteção patrimonial disponíveis nos Estados Unidos que não são contemplados pelo nosso direito. Sob o viés da emigração, a adequação do visto aos interesses da pessoa interessada em emigrar é muito importante. Assim, quem não tem certeza que conseguirá adaptar-se aos Estados Unidos (e morar lá permanentemente), o greencard, que pode ser obtido via investimento “EB-5”, talvez não seja a melhor opção, por exemplo. Os brasileiros que podem tirar uma segunda cidadania também devem estudar se, com base nela, é possível tirar um visto E2, que é mais simples, barato e rápido que o greencard via investimento EB-5. Para quem possui uma empresa aberta há mais de 1 ano, talvez seja possível tirar um visto L-1, que também é mais barato, rápido e fácil que o greencard via investimento EB-5.

Fonte: https://tribunadonorte.com.br/noticia/a-ha-boa-chance-de-um-investimento-nos-eua-dar-retornoa/343232

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