Oportunidade de investimento internacional incrementa a economia do sul da Flórida

Oportunidade de investimento internacional incrementa a economia do sul da Flórida

Nina Lincoff Reporter South Florida Business Journal Source: https://www.bizjournals.com/southflorida/news/2016/10/14/international-investment-opportunity-boosts-south.html

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Alessandro Alvino, cofundador… más JOCK FISTICK

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Patrick and Jack Findaro of…más JOCK FISTICK

Pierre Olivier Carles não cresceu com o sonho de vir para os EUA. Ele nasceu na França e tinha uma boa vida lá, construiu uma família e uma carreira como um bem-sucedido empresário e investidor.

Mas isso mudou quando um amigo convidou sua família para passar as férias em Palm Beach em 2007.

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The Spot Barbershop em Coral Gables. JOCK FISTICK

“Nós passamos uma semana de férias aqui e realmente me apaixonei pela região, e em 2013 nós decidimos nos mudar permanentemente,” disse Carles.

Para ele, vir para os EUA significava juntar-se às grandes ondas de produtos e tecnologia on-line. Então ele lançou em Palm Beach a Digidust, uma empresa de marketing e tecnologia de internet.

Carles é parte de um número crescente de investidores que vieram para os EUA com o visto E-2. Sem importar se são empresários estrangeiros ou empresas com crescentes marcas no sul da Flórida, muitos empresários estão se dando conta que o visto E-2 é a opção mais flexível e acessível para lançar e desenvolver suas próprias empresas.

Carles pensou em mudar para cá com um visto EB-5 – um investimento de US$ 500.000,00 com o qual ele obteria a cidadania, mas que tem a obrigatoriedade de criação de postos de trabalho e requisitos de projeto. Então, ele optou pelo visto de investimento E-2 porque se encaixou melhor com seu espírito empreendedor.

“Eu queria vir aqui e abrir uma empresa e trabalhar nela e desenvolvê-la,” disse ele. “O E-2 é a melhor opção para mim porque, com o EB-5 você tem que investir em algo, mas você não fica de fato envolvido o tempo todo.”

A experiência de Carles não é única no sul da Flórida. Empresas como as de Miami Gelato-Go, The Spot Barbershop e a cadeia do norte de Miami Chicken Kitchen são todas consideradas investimentos E-2. Outras como JoorneyBusiness Plans em Miami Beach, foram fundadas por investidores E-2 e geraram muitos empregos desde que abriram suas portas.

“Nós somos empresários que estamos criando postos de trabalho, gerando valor, abrindo empresas. E nós todos estamos pagando impostos,” disse Carles. “É realmente bom para todos.”

Um ambiente fértil para o E-2

Não há como negar: Com 38% da população nascida fora dos EUA, o sul da Flórida é indubitavelmente um caldeirão de culturas. Isto somado com a geografia da região e um clima forte de negócios internacionais, não faz mais que auxiliar novos empresários a mergulhar nas águas do visto E-2.

Enquanto há muitas formas para que alguém que não é um cidadão estadunidense viva e trabalhe legalmente nos EUA, o visto E-2 há tempos vem sendo popular entre os empresários estrangeiros e homens de negócios estadunidenses que buscam aumentar seu capital. Apenas entre 2011 e 2015, o número de visto E-2 emitidos nos EUA aumentou em 31%.

“E-2 é a ferramenta número 1 dos advogados imigratórios para empresários. É um ótimo visto. Para mim é o Rolls-Royce dos vistos,” diz Roger Bernstein, co-fundador da Bernstein Osberg-Braun, P.L. de Miami, que fazem o papel de “advogados dos vistos”, e operadores e proprietários do Centro Regional da Flórida para EB-5. “É absolutamente um grande benefício para a economia do sul da Flórida.”

“Mesmo assim, o E-2 não é para todos porque é um visto baseado em tratados, o que significa que apenas cidadãos de países com certos tratados bilaterais com os EUA estão qualificados”, diz Bernstein. Se você for cidadão de um país como a Venezuela ou Brasil, que não possuem tratados, você precisa de uma dupla cidadania com um país qualificado que tenha este tratado, como a Itália, para garantir seu visto E-2.

Outra vantagem do E-2 é que ele é flexível. O investimento mínimo depende de vários fatores, e precisa ser o suficiente para que o investidor seja proprietário de pelo menos 50% do negócio. Com isso, o visto pode ser processado pelo Departamento de Estado dos EUA em uma embaixada estadunidense do estrangeiro por até cinco anos, e pode ser extensível para os empresários e seus membros da família, se os planos de negócio forem atingidos.

Nataliya Rymer, uma advogada imigratória da Filadélfia com Greenberg Traurig de Miami e que está também no sul da Flórida, concorda que o visto E-2 pode ser a opção ideal para empresários e investidores, assim como empresas com investimentos E-2 podem se aplicar para vistos E-2 para empregar trabalhadores estrangeiros especializados.

“Se a opção E-2 está disponível, é uma opção de visto realmente fantástica e flexível,” ela disse.

Rymer acompanha clientes E-2 que estão desde as empresas do Fortune 500 até pequenas lojas. No sul da Flórida, seus clientes são dos mais diversos, mas ela pode estimar que por volta de 70% usam o visto E-2.

Assim como Eugenio Hernandez, a parceira oficial no Coral Gables, Avila Rodriguez Hernandez Mena & Ferri, brinca: “Eu acredito que venho trabalhando com leis demasiado tempo – mais de 30 anos – e o visto E-2 sempre foi parte de meu trabalho”.

Dois irmãos, um negócio de Miami

Os irmãos Findaro de Washington D.C. não começaram no mundo da imigração. Patrick trabalhou em uma variedade de serviços financeiros de pesos pesados como BNY Mellon e J.P. Morgan, enquanto Jack tem experiência em franquias como Burger King Corp.

Hoje os irmãos são parceiros na Visa Franchise LLC de Miami, que trabalha com potenciais franqueados e os junta às marcas. Eles analisam o histórico do cliente, valor de investimento e capacidade para ver o que melhor se encaixa para cada um. Miami, como a porta de entrada da América Latina e Europa, tem uma atração especial para a Start-up dos irmãos.

Visa Franchise trabalha com marcas como Gelato-Go, Steamatic e The Spot Barbershops.

“Tudo se resume a alguns diferentes fatores, [mas] nós encaixamos o franqueador com seu histórico e no quê o cliente está interessado em fazer nos EUA,” disse Jack Findaro.

Os clientes de Visa Franchise vem de todas as partes do mundo e vão para todo os Estados Unidos: seu primeiro cliente se fixou na Califórnia.

“O E-2 realmente oferece uma opção em que eles podem rapidamente ter algo sob seu controle,” disse Patrick Findaro.

Este controle é algo que geralmente é muito importante, e é uma característica de um investidor E-2 – e de muitos empresários.

Um doce E-2

Quem não gosta de um Gelato? Doce e frio, cremoso com um pouco de gelo, é uma sobremesa feita para o sul da Flórida. Mas para os fundadores Domenico D’Addio e Alessandro Alvino da Gelato-Go de Miami, é mais do que uma delícia- é um meio de subsistência.

A dupla italiana começou com um local em Miami Beach com a ajuda do grande cheff Antonio Armino, e a marca agora cresceu para três lojas de vendas e um local de produção no sul da Flórida, com dois outros pontos de venda na Flórida e outro na Califórnia funcionando.

“No começo, era um pequeno investimento meu e do Alessandro com outro amigo nosso [Antonio] que era nosso cheff do Gelato,” D’Addio conta. “Mas após um ano, ficou muito grande.”

Assim que o negócio decolou, os fundadores buscaram por suas origens quanto a potenciais investimentos. D’Addio veio para os EUA com um visto L-1 como empregado de outra empresa, mas agora é um residente permanente.

“Nós começamos a pensar em franquia no último ano,” ele conta. “Muitas pessoas estão interessadas em um E-2, e o perfil se encaixa exatamente com Gelato-Go.”

Para abrir uma franquia de Gelato-Go, os investidores pagam uma taxa de franquia de US$ 40.000,00 para usar a marca e os processos da empresa, e pagam custos adicionais como alugueis e equipamentos. A loja da Gelato-Go em Carlsbad, Califórnia, foi aberta por um franqueado Ítalo-brasileiro, que recebeu um visto E-2 para ele, sua esposa e seu filho.

Porque a galinha foi buscar o visto?

Gelato-Go é um negócio relativamente jovem; a primeira loja abriu em janeiro de 2013. Mas tanto proprietários de novos negócios quanto de empresas já estabelecidas no sul da Flórida estão buscando no E-2 uma fonte de investimentos potenciais.

Veja o exemplo de Christian de Berdouare, fundador e CEO de Chicken Kitchen, uma cadeia com 26 pontos de venda – muitos deles no sul da Flórida.

De Berdouare entrou no negócio do frango no Upper East Side de Nova York e, décadas depois, ele é o cabeça da marca Chicken Kitchen e está buscando investimentos no E-2 e EB-5 para crescimentos futuros.

“É um bom caminho para aumentar o capital a um ritmo bom. É uma oportunidade para nós de crescer o conceito sem tomar maiores riscos,” ele explica. “Eu acredito que pode ser uma relação ganha-ganha para mim e para o investidor.”

De Berdouare prevê uma LLC compartilhada para uma franquia em que os investidores E-2 poderão atingir os requisitos de ter o 50% da propriedade, e ainda abrir uma Chicken Kitchen.

“E-2 é mais para o investidor que está buscando investir [menos],” ele conta. “Nossas lojas custam mais que US$ 600.000,00 para abrir, e o investidor tem que estar disposto a investir mais que o normal.”

Um corte de cabelo e uma oportunidade

Santiago Arbelaez não é um barbeiro; ele é o proprietário de um fundo privado e investidor. Mas hoje, ele é sócio no The Spot Barbershop de Miami, que já possui 4 lojas. E a cadeia está buscando no E-2 um possível fluxo de investimento para continuar a crescer.

The Spot foi feita para obter um E-2, já que é uma marca relativamente pequena que lançou-se como um pequeno negócio. A barbearia começou – assim como muitas Start-ups – em uma garagem em 2001, com o barbeiro Fredy Perdomo cortando o cabelo de seus amigos e parentes.

“Tudo começou a ir muito bem, um monte de pessoas vinham para casa,” Arbelaez conta. “Até que eles precisaram de um local comercial pois já não conseguiam mais realizar o serviço na garagem.”

Quando a marca continuou a expandir, o irmão de Perdomo juntou-se a ele no negócio, e eles começaram a buscar capital para empréstimo. Arbelaez tinha uma empresa que fazia empréstimos para pequenas e médias empresas e quando viu os números, observou que The Spot era um grande investimento.

Arbelaez se associou aos irmãos Perdomo e começaram a oferecer The Spot nos centros regionais EB-5, mas descobriram que o escopo de um investimento EB-5 era muito grande. Então encontraram Patrick Findaro e, após três semanas, The Spot fechou com um cliente brasileiro, que recebeu o E-2 através de sua dupla cidadania com a Itália.

“Nós trabalharemos com ele diariamente. Ele vai ficar na loja,” conta Arbelaez. “Nós queríamos crescer com o E-2. Nós já estamos perto de fazer outra em Midtown Doral, e temos outra localização pronta para abrir em Downtown Doral.”

Empreendedores E-2

No sul da Flórida, E-2 age como um incentivo para empresários internacionais para fixar raízes e estabelecer um negócio sustentável e que gere emprego. Nos últimos anos, dois empresários da França vieram separadamente com um visto de investidor E-2 e somados geraram 35 vagas de emprego nos Estados Unidos, alguns no próprio local e outros dentro do país.

Carles é um, com Digidust. Benjamin Jarmon, co-fundador e CEO de Joorney Business Plans, é o outro. Sua empresa desenvolveu-se com sua própria experiência com o processo do visto E-2 em 2013.

“Eu realizei um E-2 para mim mesmo… Eu recorri a diferentes planejadores de negócios, mas eu não senti que havia uma autoridade no tema de planos de negócios,” disse Jarmon, quem conseguiu o visto de cinco anos. “Eu vi que o que mais precisa um gerador de negócios é um plano de negócios.”

Mesmo alguns dos potenciais investidores do visto E-2 estão preparados para lançar um negócio aqui, outros não estão prontos.

“Nós vemos muitas pessoas vindo e no último instante dizer: ‘Puxa!, esqueci do meu plano de negócios,'” diz Jarmon. “Ninguém deseja ficar sentado por 100 horas a fim de redigir um plano de negócios enquanto estão lidando com a realocação familiar, encontrando um negócio e solicitando um visto.”

O E-2 permitiu a Jarmon criar 30 postos de trabalho e desenvolver a empresa com o co-fundador Paul Monson em apenas 2,5 anos. Para ele está sendo um caminho para entrar no cenário de empresas do sul da Flórida e florescer.

“E-2 é uma ferramenta maravilhosa para empresários internacionais… Força você a investir, tomar um risco e se comportar como um empresário,” disse Jarmon. “Isso faz com que a economia local fique geralmente mais dinâmica. Gera uma grande diversidade de ideias. É inovação com o preço de entrada.”.


EM NÚMEROS

Vistos E-2 emitidos nos últimos cinco anos

2011 – 28,245

2012 – 31,942

2013 – 35,272

2014 – 36,825

2015 – 41,162

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